A voz do vento
Noite de inverno. Lá fora a ventania
ruge feroz por entre o arvoredo...
Há dentro de mim um frio medo
e uma grande e vã melancolia...
Passa o vento em surdas gargalhadas
a rir da gente que lhe tem termor...
Risos amargos, são gritos de dor...
Noite de inverno e de sombras aladas...
Vento que passas em loucas gargalhadas
a rir do mundo, dos homens e de Deus
em gritos roucos que me fazem pasmar
Eu ouvi o teu rouco cantar
Julgo ouvir roucos soluços meus
Julgo ouvir a minha alma chorar...
Maria Helena Amaro
13/05/1955
http://mariahelenaamaro.blogspot.pt/2015/05/a-voz-do-vento.html
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