À Shirley Figueiredo, minha irmã de alma
Está vendo lá irmã? Fizemos um Castelo de Areia...
Lembra, minha irmã como nossas mãozinhas frias apanhavam-nas para formá-los?...
E nossos pais, com olhar de bênçãos, sorriam ao nos verem juntas?
E ríamos dos tombos, das ondas que pulávamos e dos nossos barquinhos de papel...
Lembra-se minha irmã, dos verões de outrora...das gaivotas que caíam em mergulho procurando peixinhos?
E nós torcíamos ora por eles, ora por elas...
Ficávamos divididas, como o trópico que nos separa agora...
Olha lá irmã! Nossos pais estão envelhecendo e estão juntos ainda...em nós;
Que somos as sementes que germinaram deles...
Somos os frutos benditos do amor que um dia os uniu...
Eles olham para nossa face agora, com o sentido do dever cumprido...
É hora irmã, de alçarem vôo, tal qual as gaivotas que ao virem seus rebentos fortes e crescidos abandonam os ninhos...
E agora, irmã de alma?...Não podemos chorar, temos que sorrir...os castelos de areia ainda estão lá, intactos e esperando que retornemos a apreciá-los...
E as gaivotas nos deram almas e sempre estarão voando alto a abençoar nossos novos ninhos...
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)