Nosso amor nunca teve chance,
Sempre caminhou em direção à treva,
Sem ritmo e sem qualquer espécie de ceva
Que o alimenta-se! Hoje nada que o lance
Alem dos queixumes, nada que avance
E estreite a solidão! Sei que friamente neva
Sobre toda a emoção, sou Adão sem Eva,
Homem sem alma que minimamente se realce!
Em descrença se afundou a esperança.
A vida solitária me derrubou com pujança!
Sórdida é presença que concedo do surreal
Presente em toda a minha escrita!
Poesia necessária numa voz não dita
Mas que grita em prosas de mágoa e sal.
Paulo Alves