Quantas lágrimas chorei
De tristeza ou alegria
Olhando para traz, meditei
Se pudesse o que faria?
Foi uma vida, a trabalhar
Sem para a família ter tempo
De manhã ao acordar
Saía logo, no momento
De segunda a sexta-feira
No trabalho habitual
E assim desta maneira
Ao fim de semana, era igual
Até podem perguntar
E o descanso não havia?
Oito dias a trabalhar
Menos o tempo que dormia
Era a responsabilidade
Da família sustentar
Era a pura realidade
Sem tempo para descansar
Seis dias num patrão
Dois dias em assistência
Era o que eu, fazia então
Para a minha sobrevivência
Hoje estou reformado
É na rádio, onde trabalho
Pelo Estado, explorado
Que me deixa, amargurado
José Matos -2013
José Matos