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POESIA, MITO E MODERNIDADE*(Inédito!)

 
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POESIA, MITO E MODERNIDADE*

Safos, a bela poetisa grega dizia
Que o poeta deve servir a beleza,
Refletir o belo, na poesia, insistia,
É missão sublime de rara nobreza...

O poema do aedo , poeta épico,
Na Grécia Antiga, só era cantado...
Texto falado, alado, era de valor...
Odes, líricas, memórias homéricas.

A poesia oral antecede a escrita
Sendo f_alada voa como vento.
Vento pode ser metáfora dita
Dos deuses, ar em movimento...

Força abstrata, rigor da história,
E mito que realça, época e povo...
Com seu vigor a deusa Memória,
Zeus, as filhas Musas, um adorno...

Na Teogonia de Hesíodo, o poeta
Canta o Hino às Musas; possuído
Por elas, delas recebia força dileta,
Transmitia ao mundo poesia, mito...

Cento e quinze versos, sem papel
Nem caneta, cantando a poesia...
Imagem de beleza e registro fiel
Memória ajudava, o poeta a seguia...

As Musas falavam através do poeta
Aos mortais, e também silenciavam...
Memória e a sua mensagem correta...
Havia rigor no poema que cantavam...

Quando as Musas faziam silêncio
Sepultavam os monstros, num vale...
E as pessoas perdiam a consciência,
Pelo poeta o povo se livrava dos males...

A essência do canto era encantada...
As imagens do aedo eram mágicas,
Suas palavras, eram mais valorizadas,
Que as, do rei (basilêus), afásicas,

O “inconsciente coletivo” do povo
Norteava-se pelas imagens poéticas
Não escritas, mas falavam do novo,
Da beleza da alma, dos seres épicos...

Passaram-se mais de trinta séculos
De Hesíodo, e os monstros persistem...
Agora não desaparecem são herméticos.
Nem Memória, Nem Musas assistem...

No silêncio da poesia, na modernidade,
Magia e cantos poéticos em exaustão...
Cederam lugar a monstruosidades,
Perda de memória e identidade, visão...

A poesia curativa do aedo foi superada
Pela lógica da Ciência, e da razão...
A alma ficou perdida e desumanizada
Aos medos do povo não há atenção...

Deusa Memória deixou de ser cultuada,
Musas perderam a função para a grafia,
Alma sem encantos e mistérios, anulada...
E o poeta a servir a beleza, pela poesia,,,

O belo da palavra poética muda o tempo.
Se não puder, transforma cada mundo,
E quem está próximo, muda por dentro...
Aí poetas, Musas e Memória, vão fundo...

Poema Inédito.
Núcleo Temático Educativo.
Ibernise M. Morais Silva. Indiara (GO),09.02.2008
Direitos autorais reservados/Lei n. 9.610 de 19.02.1998.

 
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Ibernise
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