Entusiasticamente, corres e tropeças, gritas e berras, levantas-te e cais. Atravessas ruas sem medo, um carro passa, quase te desfaz em cacos. O condutor envia palavras insultuosas na tua direcção. Tu não ouves. És um louco social, sem parâmetros nem roupas. És livre e vergonhoso. Torturas cada pessoa da tua vida com teus pensamentos. Pintas os momentos do teu respirar de forma abstracta, e juntas surrealismo à tua casa.
Incendeias vidas, queimas verdades e extingues mentiras com um bafo gelado.
“ Um Louco Social!” – Chamam-te eles.
Mas tu és tu, és um ser certo na tua ideia, do que deve ser a eterna juventude do espírito. Um freguês que consome a morte, olha à sua volta e degenera os elementos.
“Um Louco Social!” – Chamam-te eles
Crias avenidas de liberdade na tua mente, onde entusiasticamente, corres e tropeças, gritas e berras, cais e não te levantas. Os teus joelhos sangram, arrastas os ossos pelo chão. Mas o que te dói mais são as lágrimas de sangue que choras, que te obrigam a chorar, por todos os muros que te erguem em forma de protesto.
“Um Louco Social!” – Chamam-te eles.
Vês o teu retrato quebrado pela idade. Já não corres nem tropeças, já não gritas e berras, agora cais e não te levantas. Um animal amestrado pelas palavras e imagens de hoje em dia.
“Olhem mais um de nós. Um animal feroz, sem dentes nem rugido.” – Dizem eles.