A minha visão permanece turva dentre está floresta enevoada,
O ar se torna opaco em meus pulmões fazendo-me ter tonturas,
Uma voz funesta condiz-me a uma clareira translúcida,
Horrorizados os meus olhos se deparam,
Taciturnos de minha alucinógena consciência,
Apenas alguns goles desta mortífera bebida foram suficientes para arrancar o ser de meu corpo,
Mortuário desejo compulsivo que tenho por mais uma dose de Absinto.
Os meus distúrbios tornam-se a minha sanidade,
Inerme caminho por entre as árvores mortas,
E ao longínquo avisto uma túrbida criatura,
Uma aterradora sensação de medo assola-me neste momento.
Melancólico está o céu acima de minha alucinada cabeça,
E então a funesta voz intensifica-se e mostra-me a sua verdadeira e funérea forma.
Um “espectro” esconde-se em meio à relva morta de uma tábida árvore,
Observa-me com olhos obscurecidos pela dor e pergunta-me sobre a “Fada verde”,
“-Aonde esta a minha “Fada Verde”? , mero humano.”
“ -Onde você a escondeu?”
Eu o respondi atônico: “- Não sei do que tu falas abominação da natureza...Vai-te embora desta fúnebre existência.”
O “espectro” então tentou me levar para o Inferno, Porém ceifei-o antes com a minha faca.
O mesmo sangrava, agonizava e praguejava sobre a minha lamina antes de morrer.
E devido ao excesso de adrenalina que corria sobre meu corpo e os efeitos maléficos da bebida eu desabo ao chão desmaiado.
Após alguns dias acordo atordoado e percebo que o tal “espectro” na verdade era outro grotesco homem alucinado,
Ignoto que quem eu era eu o matei,
Corrompido pelo adocicada dose do elixir do Diabo ceifei sua alma,
Agora devo correr célere, pois já posso escutar os passos da justiça ao meu encolho.
Dispus-me ao risco desta malevolente bebida e sofri a consequência do não Ser.
Mas continuo sobre a sua dependência e anseio por mais uma doce e mortuária dose.
(Niaxe Augusto)