Sou o que sempre fui
Prédio velho que não rui
Lápide de cemitério
Com epigrafes e impropérios
Cruz tétrica e alquebrada
Chibata para guiar a manada
Sou a sobra da cobra, o resto
Sei que nada valho, não presto
Mas tenho alguém que ama
Que me quer sobre uma cama
Onde eu sacio a sede, mato a fome
E ouço sussurros dizendo o meu nome
A chama que me aquenta e arrefece
"Sou o mundo do dá ou do desce"
O trem que chega nesta estação
Anunciando a próxima noutra dimensão.
Gyl Ferrys