Rio, adolescente acolheste adolescentes
a descobrir nas tuas águas a nudez das tuas águas
em mergulhos primaveris no teu leito cristalino.
Envelheceste, ó rio, com o passar dos anos
em rugas de lodo que serpenteiam a face da tuas vagas
e dejetos que alagam teu ventre.
Não que o tempo tenha sido senhor injusto,
néscio e frívolo foi o homem que em nome do progresso
enterrou no lodaçal da arrogância a tua história.
...Ainda olhas, ó rio, o sol e a lua que saboreiam
o espelho ofusco das tuas águas,
sentes, ainda, o singrar dos batéis à vela
no dorso das tuas ondas...empurra-os
com a brandura do presente -
não tanto com o vigor do pretérito,
gigante amortecido ou adormecido,
ao beirado onde insistentemente vais,
mas volves débil e plangente
nesta tua missão sacrossanta de ir e vir...
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Jadson Simões
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