Retoquei todos os sentidos
configurados em cada pensamento
doado em uníssono
sem tempo
nem duração efémera
onde formatamos apaixonados
nossos corações
arregalando os olhos ansiosos
e loucamente trajados
de recíprocidades tão graciosas
Falei devagarinho
com palavras sequiosas de amor
aprisonando repentinamente
sem parcimónias
a derradeira poesia
afrontada de contentamento
em excelsos e soberanos
momentos
assim dispersos por cantos
sentidos
e acolhidos sem sofrimento
Fiz das distâncias
nossas convergências
deslumbradas no perfil
da beleza jamais aviltada
na eterna melancolia em que
delineamos cada vigilia de paz
saboreada em tantas alegrias
entendidas
confidentes
abalroando até
nosso esfaimado comprometimento
Pernoitei em deslumbradas nuvens
acariciando em ti
cada tangência empoleirada
na monotonia acanhada
junto às ombreiras matreiras
onde descanso
expectante meu sonho
minhas tranquilidades
ajoelhadas
perante a paisagem aventureira
em que nos embrenhámos
poetizando a vida que já
passou,
despercebida,
ou que ainda vai apressadamente
convergindo numa faminta
promessa inusitada e comovida
Fiz-me oleiro
perpetuando modelados seres
que vagueiam esquecidos
nas páginas de um livro
declamado,esculpido
em meu desassossego
escorraçado pela insustentabilidade
que espreita entre acertos
do tempo sorvido no frio da noite
que mora lá fora
baloiçando em teu regaço
perdida e sem fôlego
que se desbrava assim arrasadora
num deleite de um açoite
Assim quando morre mais um dia
inolvidamo-nos,inspirando
canções dedilhadas nas margens onde
purificamos
genuínos o último capitulo escrito
com mimos serenos
afogados temporariamente nos meus
selectos e afectuosos abraços
ei-los aqui,
descrito com pompa
e circunstância na rima alucinogénica
com que de um trago…te trago
imenso e sem estardalhaço
nas prímicias de um simples afago
FC