a noite traz o manto
mas é a madrugada que senta do lado
ouvindo meu presente inquieto;
duela meu passado
com as intenções do futuro.
mudo.
pra esquecer do tempo exigências
interrompo as manifestações
que falam atitudes
de percorrer distâncias que me satisfaçam.
a madrugada cerca o tempo
da minha mudez
mas solta meus pensamentos -
injusta troca - imagens surgem
mais convidativas que minha voz.
neles o cenário não ressente-se do frio
nevoento. aconchegado fica
numa voz quente e distante que diz
que não demorará também de fato a me abraçar.
ah! esse jeito maternal que tem a madrugada de
levar-me acordada para os sonhos.
Aquela mania de escrever qualquer coisa que escorrega do pensamento.