Meu amor, como deves ter sofrido,
Por causa de um amor mal parido,
Pela cobiça de quem cuidar devia,
Pela insinuação, que de ti já fugia.
Viste-te a sós, por funesto marido,
Que, não tendo siso, a ti ofendido,
E aos teus, deixou-te, vil covardia,
Que, em tempo algum, aqui cabia.
E pelas mãos segurando os filhos,
Partiste-te sem nada levar contigo,
Senão a dor tanta, e novos trilhos.
Mas da dor fizeste as tuas forças,
E, em cada esquina, novo amigo,
Bem vejo, ainda, que te esforças.
Jorge Humberto
07/02/08