Não Esquecerei o Teu Rosto
Ainda que corresse veloz
Como a água desta ribeira
Onde banho meu corpo
E da gaveta onde guardo
Memórias com sabor
A alecrim
Me roubassem a chave
E perdesse a tua voz
Os teus gestos
No corredor do tempo
És eu!
Meu cálice de vida transbordante
De silêncio,
Vértice de loucura,
Linho entre minhas pernas
E jasmim nestas mãos
Que não sabem dizer-te
Adeus.
E, ainda que de prazer
Entre os nenúfares
Eu não te saboreie mais
E nenhuma prece ouvida
Verta o pranto
Da minha rendição,
A ti prometo
Não esquecerei a Luz do teu rosto.
© Célia Moura
© Célia Moura, a publicar “No hálito de Afrodite”