Poemas : 

“Planta uma Árvore, enterra o que escreveres à sombra Dela... e diz ao teu filho que nunca A deixe morrer – poucas palavras toleram bem a luz do sol.”

 
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Esta coisa das palavras, esta abrangência
entre folhas de lábios outonando
os signos percorrendo a escorrência
de um céu aos pedaços desmigrando.

Este vício de querê-las rés de livros
sob pena insurrecta de os saber
plantas plásticas infestando nus arquivos
retornando ao pó eterno o desviver.

Estes voos de asas curtas, dons inchantes
sem o tempo necessário pra lavrar
a terra, primeiro, depois estantes
feitas d'árvores que urgiu sacrificar,

não serão mais que livros sem os cernes
prometidos pelos sonhos a grolar
entre a seiva e a putridez das carnes:
ninhos verdes que não vão primaverar.


Teresa Teixeira


 
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Sterea
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 23/04/2015 16:42  Atualizado: 23/04/2015 16:42
 Re: “Planta uma Árvore, enterra o que escreveres à sombra...
* a 'palavra' é infinita e de uma seriedade sagrada para mim...
eu verso, verso para dar forma, cor, sabor, voz ao meu interior
e leio-te para, muitas vezes, entender-me.
tua escrita me alcança
beijoka*

Enviado por Tópico
Carlos Ricardo
Publicado: 08/06/2017 23:08  Atualizado: 08/06/2017 23:08
Colaborador
Usuário desde: 28/12/2007
Localidade: Penafiel
Mensagens: 1801
 Re: “Planta uma Árvore, enterra o que escreveres à sombra...
Jogar com palavras não são jogos de palavras, é como fazer reações químicas, é produzir algo que não existia antes, é pegar em coisas que, juntando-as, resultam numa diferente e eu gosto de fazer isso, alquimia. Mas tu foste muito criativa neste poema que é como um padrão dos descobrimentos.