Despedida
Não tinha cor, sabor ou alegria
uma preanunciada fantasia
como se esperança não houvesse
e fosse apenas uma alegoria.
Talvez pudesse evitar o próprio grito
que em seu interior já sibilava
contido em seu peito estufado e aflito
tornando a tua alma tão calada.
Assim como calada era a noite
com seu ventre aberto na madrugada
e a sua escuridão era o mistério
que na sua agonia frágil, assolava.
A sua morte era por todos desejada
para poder romper um novo dia
iluminado pelo sol a alvorada
criando assim uma nova alegoria.
Então voa nos céus pobre andorinha
que nos céus você esqueceu o que é o mar
voa para longe pobre andorinha
tua ausência não fará ninguém chorar.
Alexandre Montalvan