Ainda hoje resplandeces
Consolação bendita
Estremecendo Luz
Entre os cardos.
E, faminta exalto
Tua justiça
Ó Lei sublime talhada em alva
Num baptismo a transbordar inflamada graça!
Ainda hoje,
No Jardim do firmamento
Com a agonia gemendo entre as mãos
Te beijei.
E, no deleite de todas as fontes me saciei
De magnificência....
Entrelacei teu odor nos cabelos
E fui dançar,
Rebolar a aura no areal
Do esquecimento,
Espumando sal...
Sim, não cessei de dançar
Nas mãos do temporal
Só para te anunciar vestida de renúncia
Insubmissão rasgada
Oferenda sacra
Aos profetas do mar.
© Célia Moura
© Célia Moura, in "Enquanto Sangram As Rosas..."