Não estou vendo a hora
pra te cobiçar
toda
desfragmentada sem penhora
em laivos embebidos em tantos
vestigios de pujante alegria inventada
qual metáfora desertora
Não estou venho a hora
de te agitar palpitante
cobrar-te excitante
todos os beijos que multiplicámos
eufóricos na soma do amor
construído de empreitada
sem impostos
nem créditos ou câmbios
computados nos implacáveis
débitos per capita
nesta estatística onde
nunca divido meu amor
pois, por ti
caminharei regateando cada
pedaço de tempo profético e implicito
Não estou vendo a hora
de implementar todos meus
sussurros nas coordenadas
transcritas e perscrutadas
na imagem que se faz
poesia incógnita
mesmo quando perco o fôlego
estampado em assustados
reencontros entrelaçados
em promessas sequestradas
no silêncio suspeito dos dias
que morrem disfarçados
esmiuçados até à revelação
de uma vida eterna a todos intimada
Não estou vendo mais a hora
de te renovar promessas
acalentar tuas travessuras
em poesia impressa
no dorso das palavras que
avivo em correrias
em dias de festa afligidos
por tanta terna e intima acalmia
Não estou vendo a hora
de purificar-te o gosto magnifico
onde condimentamos nossos sorrisos
os instintos
desalentos e conceitos
proscritos
na perplexidade desconcertante
onde moram todos os
abraços trajados
com milhões de versos
que acalentam qualquer
virtual distância entre recenseamentos
acordados na monotonia
dos corpos celestiais
em aparatosas explosões
de preciosas sinfonias
crescendo tumultuosas
em arremedos fartos de esperança
em harmonia
Não estou vendo a hora
de transfor minhas preces
em vénias inebriantes
onde sucumbe fiel
e retumbante
tanto amor arquitectado
a dois
vibrantes, livres
à nossa imagem e semelhança
quando desferimos tantos
indivisíveis abraços
e muitos mais
lisonjeiros afectos matreiros
antes de decretarmos qualquer falência
no mar de amor, mais apaziguador
onde repousam desarmadas nossas
infinitas e guerreiras lembranças
FC