íntimo que sou das águas
e do silencio das madrugadas
pescador das horas mansas
lanço a rede pra pescar
um tempo taciturno.
não vou ao rio pra desaguar
não vou a mar pra poluir de mágoas.
sou pedrador de alimentos
purifica.dor.es; calma para
matar o vazio
criado no sofrimento.
fujo dos becos escuros
fujo da artificialidade
das luzes
das máquinas
das buzinas das ruas
que me lembram que há animal feroz
babando sua fome dentro de mim
matando a consciência
para alimentá-la
amontoando ambição
pra monumento de ganhos.
farto, farto da urbanidade,
fujo, me abandono
no corpo da amante
serenada
nos seios da sobrevivência
lanço rede
no corpo da madrugada
margeando água
entrego-me
pra namorada.
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.