Rasgo o céu azul
em busca de Tuas transfiguradas
nuvens de amor
e nem me falta sequer
um naipe de suspiros delirantes
quando Te vejo
e guardo no meu vácuo
de delícias incontestáveis
um poema forrado com palavras
ofegantes de amor insaciável
Penetro no bosque secreto
em busca
de cumplicidades
nesse fogo que me consome
de flagelação
se esquiva zombante
pelos Teus
meridianos perpetuados
em cada implorado pulsar
do meu espantado coração
E a cada ausência Tua
aplacarei minhas saudades
com toda a veemência
procurarei brindar cada
detalhe do tempo
com goles suculentos de carinho
enxertado na videira
onde sílaba a sílaba traduzimos
os dialetos rejuvenescidos de amor
sem lacunas ou desculpas
destiladas a vida inteira
onde mora cada deslumbrada esperança
emplumada de alegria e esplendor
A época é de colheita
firmemos as mãos de coragem
arremessemos nosso fruto
do amor em todos os campos
onde lavrámos
segredos exuberantes
percorremos distâncias infatigáveis
à custa de inseparáveis risos
e folguedos
intermináveis compromissos
pra vida inteira
Façamos o nosso despertar
um concílio de perpétuos
caminhos onde traçamos o rumo
da fé
onde possamos beber cada dia
uma lágrima soletrada
na veracidade do momento
onde
injecto doses de endorfina
para matar de vez a cura
ou apressar infinitamente a vida
onde não reine nem mais a morte
pranto ou dor
Aguardemos pacientemente
este segredo
como aparição serena
onde brincam nossos vultos
reanimados na extensa luz
onde falecem todas as despedidas
onde cumprimos consolados
esta sentença profética
soletrada
em cada fiel acto de amor
e por fim
eu sei
ressuscitará nossa liberdade
barricada em versos propícios
tentadoramente trajados
de cumplicidade
onde me refugiei
nos Teus recantos de alegria e serenidade
Deus meu…e nada mais que isso
somente sinto que é esta
a única e darradeira verdade
FC