Em meu peito não amena o estio!
Febril o intento, revistado de ardores
Que brotam sem luz de pudores
Na saudade com que choro um rio!
Em meu peito tua imagem é um desafio,
Compulsões voláteis, metódicos fervores!
Escrevo versos moldo-os com mil amores,
Cada um por ti não lido o torna tão sombrio.
Em meu peito tantos sonhos aniquilados,
Tantas cicatrizes sem chegar a haver ferida
Que estreita o coração a tamanhos fardos.
Em meu peito esta paixão severa e rendida,
Me tormenta com o ardor de mil pecados,
Ao saber que teu amor, não faz parte da minha vida.
Paulo Alves