Sucumbo ao Niilismo de puxar por mais um cigarro, parei de pensar, tentarei somente recordar. Faltam-me as palavras para compor este universo de imagens cadentes, presas fáceis de gastas molduras que religiosamente guardo. O cigarro prende-me a atenção, no vazio de seu fumo escondo-me e perco-me do dogma da razão. Volto ao desconexo empirismo da saudade, enfim, recordações da minha verdade.
<br />Não consigo mais pensar, no entanto a cabeça funciona, sei-o, pois vejo o movimento de meu braço, o lento inalar de nicotina estimulando-me o interior de meu corpo. Apetece-me parar por hoje, talvez, parar pelo amanhã. Quem sabe, bem, eu sei, mas não o direi, guardarei-o para mim, como mais uma imagem para ser emoldurada, para ser por mim adorada.
Recordo-me que era Verão... Mais precisamente? Talvez de mais nada ou talvez de tudo, sendo que esse tudo é o nada de tudo o que é importante para mim.
Tentarei não dizer "foi"! Para quê falar no passado quando ele ainda é bem presente.
Assim continuo...
É Verão, vivemos na fantasia de que será sempre assim, como uma imensa estória que por nós mesmos será escrita, lida, falada, cantada e recordada. Que bom é ter certezas absolutas! Vivemos num mundo diferente deste que conheço hoje, ou talvez não?!
Sonhos de crianças ingénuas, unidas pela inocência da amizade, sem receio de confiar, havidas por somente crer acreditar nessa tão doce realidade...
(continua NFMP)
http://palavras-ao-ocaso.blogspot.com
António de Almeida
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