para pagar as aulas de datilografia,
na ida e volta de todo-dia, eu carregava
dezenas de camisas brancas,
"minha mãe fazia caseados, pregava
botões à alfaiataria do Rangel"...
café preto, somente ao nascer do sol,
com um naco de pão amanhecido,
comprado mais em conta
na padaria Estância,
a vida estava à mesa...
no burburinho de cada manhã,
calçava a conga, ou,
o sapatão de sola de pneu,
- ganhado do tio Roberto -
saia a desbravar novos sonhos...