Noite exausta
Os cantos da noite alta,
De um silêncio que me cala.
É quando vem um anseio ,
Uma vontade louca,
De te beijar a boca,
Te segurar teus seios,
De te embrulhar em lençóis,
Um presente a mim mesmo,
E andarmos a esmo,
Na calada da noite muda.
Emudecidos de ruídos tantos,
Encharcados de fluídos,
Mergulhados em mil encantos,
Ensandecidos e contidos,
Doidos oprimidos,
Pelo fogo que nos devora.
E a noite ainda lá fora,
Cansada de nós,
Exausta e saciada.
E nós? Que nada!
Esperamos a alvorada,
Saboreando cada hora.