Eu, serei sempre eu
Nem que tenha oitenta anos
Carregarei um destino só meu
Feitos com tantos danos
Que me deixarão entrevada
Vestida de recordações
Que me farão ser lembrada
Por ter vivido agarrada a emoções...
Emoldurarei muitas fotos
Que desenharão a minha vida
Em tempos remotos
Quando era uma atrevida
De manhã e de tarde
Conversava com os amigos
Para saber o que era verdade
Recebia alertas de perigos
Com fome ou com sede
Fechava a porta à solidão
Acudia o pobre, que me pede
Uma esmola, por não ter nem um tostão
Hoje com sono
Amanhã com uma insónia
Era uma parceira, sem dono
Que não conhecia monotonia
Hoje, vejo a idade a passar
Mas continuo a ser sempre eu
Esta história não irá mudar
Porque o que é meu, também foi teu
Temos tanta história para contar
@Angela Caboz