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Aetro

 
Há momentos na nossa vida em que realmente conseguimos ver o Universo tal como ele é. Vivemos de uma forma tão afásica, tão cheia de adrenalina, que, muitas vezes, não temos a noção do que nos envolve. Somos seres predestinados a viver na correria do querer desmesurado, do amar intensamente, do foder abismalmente e tantos mais advérbios de modo que daria para estar aqui a preencher a tarde com terminologias “mente”. Depois, quando nem nos apercebemos, ou quando caímos na realidade nua e crua, reparamos que não passamos de uma ínfima partícula neste universo que nos envolve, que a percepção que somos uma estrela brilhante e que se destaca de todas as outras é pura fantasia da nossa mente, não passamos de uma partícula de pó à deriva num Universo imenso. Não há coisa que doa mais no peito de um ser humano do que reparar, sentir, ter a percepção, que afinal de contas, nada mais é do que aquilo que se vê. As ligações entre as pessoas variam de alma para alma, de cumplicidade para cumplicidade, de vontade para vontade, de realidade para realidade mas, em todo caso, uma união que se diga unida em todos os poros de uma pele única, perfaz um entrosamento tão celestial, tão unívoco, tão seguro que os dois se tornam um e em que um, muitas vezes, chega a ser os dois. É muito difícil nesta era do imediato, conseguir laços substantivos numa vida em que ela própria não seja precisa ser adjectivada, ou elabora com figuras de estilo para dar um ar de perfeita e única, em que o cosmos que exista entre as duas almas não precise de holofotes ou simpatias provenientes de um algoritmo qualquer matemático, porque o é desde a nascença da vontade.

Hoje sou apenas uma partícula que deriva entre emoções forjadas num peito sôfrego de cumplicidade plena.
Como diz o ditado chinês…Nunca queiras ser aquilo que não o és, porque mesmo que o tentes ser, nunca o serás!

Partículas de um Pó eterno


"Quanto maior a armadura, mais frágil é o ser que nela habita!"



 
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Gothicum
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