Sou forte...
muito forte,
transformo-me em rocha,
Agora... o meu coração...
esse ri-se da minha tentativa vã
de não sangrar em feridas abertas...
de não gritar pelos cantos.
aguardando...
que alguém pegue no farrapinho,
e o aqueça ao pé do seu coração...
como já dizia a poetisa de outros tempos,
de outras vontades,
mas com os mesmo ditos,
as mesmas dores,
as mesmas trágicas vidas...
Somos tão difíceis de preencher
nós poetas desalento?!
somos mágicos cansados...
em tarde de chuva...
sentamo-nos à chuva gelada...
e no sentir do frio,
no sentir dos sentimentos...
caçamos a felicidade...
somos caçadores de almas,
caçadores de sentimentos,
vamos até ao fim do mundo...
se lá estiver o infinito de algo...
algo que desconhecemos,
algo que não sabemos...
algo que nos fará atingir o clamor dos predestinados...
procuramos...
ser poetas ausentes,
ausentes do físico e das histórias...
e andamos nas nossas estórias, retóricas e vidas...
que existem só nos nossos sonhos e cabeças...
e nessas... sabemos que podemos confiar,
que podemos nos entregar,
sem nunca, mas nunca haver desilusão,
magoa,
ou estado de alma cansado...
até que o dia volte outra vez a raiar...
Alexander the Poet