Poemas : 

Respira este Barco Esquecido pelo Cais

 
Sou um flutuante sem bússola
navego nas águas do tempo,
dentro do peito carrego a foz do teu rosto.
Brisas brancas queimam o hálito da noite
concebem o vento que circula
como uma osmose frágil nos pulmões
do meu oval horizonte.
Na inquietante e dilatada latitude
procuro a esfera da tua substância
essa atmosfera ardente
que repousa na correnteza do meu sangue.
Nos confins das intactas e vivas palavras
treme o paladar da minha imagem,
numa funda cavidade do silêncio fluvial
pulsa este corpo aberto.
No muro flexível do outro lado de mim
respira este barco esquecido pelo cais
inundado da matéria latejante dos bosques.

Índio


 
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Enviado por Tópico
Uma mulher, um poema
Publicado: 10/04/2015 12:52  Atualizado: 10/04/2015 12:52
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Usuário desde: 26/04/2006
Localidade: São Paulo/SP
Mensagens: 1327
 Re: Respira este Barco Esquecido pelo Cais
Bom dia, Índio!

Profundo e belo versar nesta obra.

Parabéns pela brilhante inspiração!

Um forte abraço!