Prosas Poéticas : 

Quando o silêncio bate à porte

 
Quando o silêncio bate à porte
 
Quando o silêncio bate à porta

asseguro-me feliz

das leves brisas

que teu perfume importa

soprando em convergências

sem demais interferências

do tempo

varrido no restolho de uma

fogueira ainda crepitando nos ventos

Quando o silêncio bate à porta

empunho todas as emoções

enamoradas pela beleza

do silêncio

sangrando em nossos corações

faço juramentos em cada momento

fraterno e desejado

rompo fronteiras só para te ver

nunca padecer de saudades

faço-me espelho

teu reflexo puro

decifrado na ciência arquivada

em bibliotecas repletas

com histórias de amor e poesia

Quando o silêncio bate à porta

reajo imune a esta lenta

sofreguidão implícita em todos

os tons da cor

e fundimos sem intervalos

nossas alegrias passageiras

devoradas em tantos famintos

actos encastrados num único adeus

que agora enfim já pressinto

Quando o silêncio bate à porta

sinto só admiração no fulcro

das palavras belas

perdidas num labirinto

onde antes dividimos

gargalhadas incontáveis

sorrimos graciosos

a cada soluçar por instinto

penetrando de assalto

em cada existência que se

extingue

cingida de paz

simplesmente

inteiramente

voraz

FC

 
Autor
Frederico
 
Texto
Data
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1595
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