Eis que olvidaram, nas noites de perseguição
(os sequazes que a “PIDE” punha em cada esquina),
de preverem o movimento, chamado Revolução,
que há muito se movia, do simples ardina
ao intelectual; que a todos juntava com precaução
não denotando desconfiança - de muitos a sina
que então guardavam, como toque de união
o “passa-palavra”, encetada rua abaixo rua acima:
o que nascera fora e dentro das prisões, nos asilos,
como algo que teria de ser levado Avante
quando cada um de nós passou a simples pupilos.
E todos quantos, os que tinham voz, acossados em silos,
partiram um dia, para lutarem num país distante:
ei-los volvidos em “Abril”: cravo vermelho com muito estilo.
Jorge Humberto
05/04/15