Poemas : 

Agulha no palheiro

 
Acabaram-se as ideias feitas sobre o amor
Os aromas vastos das flores misturam-se mal
Suas cores temem os velhos sentidos

Termina hoje a liberdade geral do gosto
Os paladares agonizam com terra nas bocas
E o chapéu de um velho passa perto e assobia

As ideias da imaginação fincam pé na greve
Associam-se à toa e logo se perdem tão vagas
Como os tremoços e as cervejas à tarde

Há milhares de horas que já temem a pobreza
Indigentes relógios marcham em direcção à oficina
Onde mãos truncadas arremetem um pobre restauro

Tempo escrito e digital, ideias fiscais
Matéria binária, reclamo formal
Que fizestes vós das aparas da vida?

As marcas prosperam nas vitrinas frontais
Suas madeixas refulgem nos olhos enganados
Como um vício novo com suas promessas

E neste cortejo o meu amor por ti prospera
Respirando palavras, recitando a brisa, entontecido
Eu te encontro, de pé, na multidão em sangue.



 
Autor
fcsguimaraes
 
Texto
Data
Leituras
2954
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
14 pontos
2
2
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 02/04/2015 21:01  Atualizado: 02/04/2015 21:01
 Re: Agulha no palheiro
Palavras declarante, que se exclama pelos olhos da paixão, onde os sentidos se aclamam para um lindo amor, sentimental

lindo poema