Acabaram-se as ideias feitas sobre o amor
Os aromas vastos das flores misturam-se mal
Suas cores temem os velhos sentidos
Termina hoje a liberdade geral do gosto
Os paladares agonizam com terra nas bocas
E o chapéu de um velho passa perto e assobia
As ideias da imaginação fincam pé na greve
Associam-se à toa e logo se perdem tão vagas
Como os tremoços e as cervejas à tarde
Há milhares de horas que já temem a pobreza
Indigentes relógios marcham em direcção à oficina
Onde mãos truncadas arremetem um pobre restauro
Tempo escrito e digital, ideias fiscais
Matéria binária, reclamo formal
Que fizestes vós das aparas da vida?
As marcas prosperam nas vitrinas frontais
Suas madeixas refulgem nos olhos enganados
Como um vício novo com suas promessas
E neste cortejo o meu amor por ti prospera
Respirando palavras, recitando a brisa, entontecido
Eu te encontro, de pé, na multidão em sangue.