"As palavras carregam o bálsamo da restauração, e o fogo da maldição, a depender das circunstâncias em que sejam pronunciadas".
MJ.
No meu colchão de palha rústico, estendido ao chão batido,
Por um tempo muito curto, fomos mulher e marido,
Não te faltava aconchego, pois desposavas do meu corpo,
Macio cheirando a leite, dizendo-te palavras doces,
Te confessei o inconfessável, falei de mim mais que devia
Te ilustrei todos os medos, que desde cede eu padecia,
Tu me jurastes intenso amor, perante o sol, na luz do dia,
E quando a noite se achegava, tu em meu corpo te encostavas,
E as lindas palavras repetias,
Mas eu sentia no vento brando, que as minhas faces arrefeciam,
Que o teu discurso era fajuto, e em breve tu desaparecias,
Não me tivestes hombridade, mas fui mulher inda criança,
Te dei bem mais do que prometi, mas me roubastes as esperanças.
E desvalida recorri ao Deus maior, pedi a ele que me desse à proteção,
Que me tirasse das entranhas os desejos,
Até que um homem de verdade me desse à mão,
Fui caminhando com viseiras para o amor,
Olhando apenas para meus outros objetivos,
Até que um dia um certo homem me olhou,
Me acenou como quem diz me espere um pouco,
Foi ao canteiro florido da praça pública,
E sorridente veio me ofertar uma flor,
Pediu desculpas pelo ato destrutivo,
Que havia causado aquela solícita flor,
As minhas lágrimas desceram em biqueiras,
O dito moço perguntou-me se me ofendeu,
Lhe respondi com um abraço apertado,
Desde então somos um só por obra de Deus.
Enviado por Miguel Jacó em 02/04/2015
Código do texto: T5192381
Classificação de conteúdo: seguro
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.
Miguel Jacó