Dão-lhes uma vida
num mundo tão belo
mas deixam-na esquecida
numa arca de gelo.
Fazem covas na Alma
p'ra não serem si mesmos
mentem, dizem que amam
parecendo cordeiros.
Depois travam o Espírito
que se ergue na vontade
numa Pátria de Proscritos
num viver que é maldade.
Alegram-se de não saberem
o destino a seguir
vão vivendo sem quererem
fugindo sem pedir.
Penteiam na saudade
as Histórias do Passado
numa falsa Virgindade
de um Credo rezado.
Nossos crânios de vidro
estão prestes a quebrar
por sentimentos partidos
de tanto pensar.
E porquê viver a vida
entre gentes tão frias
minha morte é mais querida
minhas noites são dias.
Que só a morte me leva
à verdade e à vida
deste mundo de treva
desta gente fingida ...
Ricardo Maria Louro
Em Évora
Pela tarde numa esplanada da Praça do Geraldo.
Ricardo Maria Louro