Passo a cidade
a pente fino
rebusco nas ruas
o rumo das direcções
antes proíbidas
transito todos os semáforos
ao longo da via com
sentido único
– Enterro na lápide do tempo
todas as esperanças
possuídas na dimensão
de uma clemência fortuíta
invoco teu perdão repentino
com prudência arrebatada
e esquadrinho cada resposta
juramentada em ciclos
dispersos de amor e paixão
– Passo a passo
acerto o compasso do tempo
liberto
tanto amor fincado
no peito
convivo em conivências
rendido a cada detalhe
de um contaminado carinho teu
tão simples
inexplicável e insuspeito
assim renascendo em novas
cumplicidades
tu e eu
– Por fim mergulhei todas
as ilusões da alma
em simples e profusas miragens
do teu ser
abriguei qualquer destino
amedrontado
num cálice de sonhos
perfumados
aliciei tuas saudades rendidas
até ao momento
onde desvendo cada remendo
romântico costurado na
fímbria guarnecida dos
nossos corações
indissolúveis, palpitantes
em constante cumplicidade
se refazendo
rendidos à extradição
deste poema
onde me refaço exaltando
cada interminável
e absoluto momento
FC