Degostei a tempo
todas as rimas
entre solenes versos
alucinados
tranquei tuas brisas
errantes entre portas
franqueadas e saciadas de solidão
– Deportei o tempo
num ápice
amarrotei a miséria esquecida
num mar de decepções
rumo ao poente onde
embalo incontáveis paisagens
e emuldoramos tantos confidentes
beijos sorrateiros
– Acusei minhas decepções
em rasgados esconderijos
onde guardo todas as nossas sequências
de felicidade
na ampulheta onde morre o tempo
incompleto
inconcluso
em constante monotonia
empanturrado de tanta fragilidade
– Num ápice
desfruto existências
enriqueço a paciência
anseio cada gentileza
nesse olhar
pernoite eu
onde presumas
amanhã inventemos
nossos sonhos
num único cálice de brisas
refrescantes
inesquecíveis
e mesmo que passageiras
são ígneas,fulgurantes
alagando esta poesia
de esperança
desvendada em
cada polegada de um sorriso
em constante
onírica alegria
onde beberei até apoteose
dos silêncios
cada eufonia imersa em
tua voz alvorecida e consumada
nesta móbil e repleta paisagem
de pinturas
constantemente amanhecendo
em espontâneos e sôfregos lamentos
confeccionados na reclusão
onde mora
nem a distância por cada ausência
nem a impossibilidade invadindo
nossa fugaz existência
– Tudo
num ápice é quase eternidade
imploraria eu mais chances
em prol da verdade
iluminaria cada escuridão no mundo
inventaria novas fórmulas
na química dos seres comprometidos
Num ápice
tiraria teu fôlego em beijos
deliciosamente esperados
convertia em matemática todas as
equações do amor intensamente
aditivado na corrida incontestável
pela vida
desde o começo até ao fim
assim tu me preenchas o novo dia
de improvisos e eu
me consuma nesta viagem
sem endereço,passaporte
ou despedida
porque sei…se prometo
em seguida… em ti aconteço!
FC