Saudade
O que era apenas ternura
na voz tão fria
a mais amarga melodia
de um desvairado ato de amor
inconsistente trama de bocas
um frenesi de gozo e de dor.
Quanta fúria incontida
na escuridão do fim da chama
transloucada alma humana
viajando com o vento.
Ainda havia uma flor naquela janela
que será desta flor agora
que sempre viveu para ela.
E como se coração tivesse
como criança fosse...
chorou...
Na alteridade do sonho e da realidade
chorar, não mais podemos,
resta apenas a certeza
que na saudade
nos nunca envelhecemos.
Alexandre