Ah, ainda te lembras, rapariga, de como era
a vida, quando o tempo corria devagar?
E o azul era mais azul (aquele que o mar gera
o outro que o céu cobria) e só nos guiava o olhar?
Lembras-te? E lembras-te ainda como era
quando a espera tinha espera (dum sonho a divagar
numa lembrança de inda agora), de como era
o tempo, de um tempo, que tinha tempo para amar?
E quando o sol abria um sorriso no ar
e os namoradinhos passeavam-se no jardim
era como um exercício musical a solfejar…
Hoje, que lembras tu, rapariga, se nem soletrar
lembras mais, quando eramos tão assim
e a vida era a vida, com que sonhamos um dia alcançar?
Jorge Humberto
26/03/15