O grafite na parede ainda tenta afirmar
a rebeldia que deveria existir.
Mas está gasto, passou seu tempo de viver.
Olhos leem fórmulas intricadas e tratados burocráticos.
Mentes, que se querem brilhantes, julgam-nos certos.
Estarão?
Um jovem de longas barbas e curtas ideias
repete o surrado discurso ancião e ninguém o escuta.
Nem só o grafite morreu.
Amanhã colarão grau, farão Mestrado e farão Doutorado.
Também farão filhos, dividas, casas, muros e poucas pontes.
Farão tudo que tantos fizeram.
E a roda dos iguais
continuará sua eterna ciranda,
pois assim falou Zaratustra.
Lettré, l´art et la Culture. Rio de Janeiro, outono de 2015.