Nos restos do mundo
abandono o pensamento
acendo uma fogueira
queimo os papéis rasgados
que esgotaram as brancas folhas
de um caderno com cheiro a alecrim…
Falo em alta voz com o sono
chamo-o a mim
para que os sonhos se aquietem…
Queimam em mim fogueiras
o fumo não se vê
sente-se nos movimentos
de um eclipse
arde o olhar…os lábios
calam…o coração fala…
Rasgo mais uma vez os papéis
enrolo todos os pedacinhos
sem laços ou enfeites…
Abandono o pensamento
a mente não o deixa partir
há dentro dela um som primaveril
que nem os invernos calam…
Volto para não ficar
parto sem sair do mesmo lugar
grito e silencio…ficam a pairar
os gestos que as sombras mostram
dentro do leve olhar!
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...
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