O vazio em mim…
Não sei se existo nas palavras que escrevo…
Ou se por ventura as sinto…ou apenas invento.
Apenas sei que elas em mim existem e já é tanto!
E aquelas que ficam a latejar no vento…
São em mim, coágulos de vermelho sangue
E no papel… borrões de tinta…
Borrões de tinta…
ecos do meu vazio, do meu silêncio…
e o relógio no pulso, inquieto, insatisfeito!
Posso escrever mar, mas nunca serei mar…
Posso escrever Lua, mas nunca serei Lua…
Posso descrever o dia; a noite; o infinito;
A paz e o inferno…o real de todas as coisas!
Eu!…tenho na pele a cor da terra, sou barro…
Por dentro?…vazio…o nada de todas as coisas…
Só assim, eu sei! Só assim eu sei,
que as palavras, os sonhos;
todas as palavras e todos os sonhos…
Existem e cabem em mim…
Maria dos Santos Alves
(todos os direitos de autor reservados)