Serei deste e daquele, nada de mim.
Que quem tudo quer nada tem.
Mas não me usem nem abusem assim
quem tanto desprendimento não atém.
Se outros houvera, de outras maneiras,
quero-os aqui, da mesma forma com que eu
me mostro a esse outro: é como ir pelas lombeiras
de um livro, a atingir tudo quanto prometeu.
Serei tudo quanto for de mim, se no outro -
e apenas aí -, não houver qualquer presunção:
dele pra mim, como de mim à aqueloutro:
que é o mesmo e o outro diferente, por sua assunção.
E assim serei tudo o que quiser, pondo diligência
no gesto que aprouver: tão natural quanto eu!
Jorge Humberto
20/03/15