Passo, observo e falo pra ser ouvido,
Inda que houvesse alguém com ouvidos
Pra ver e ouvir o que eu vejo e oiço
Paro, observo e clamo pra ser atendido,
Inda que houvesse viva-alma
Que queira saber da chacina de crianças
Nas oficinas de ódio que se expandem
Penso, repenso e não entendo os homens
Neste difuso universo das indiferenças
Que ceifam vidas antes delas nascerem
Choro, calo e morro de lamentações
Pra que armas se calem
Pra que ódio ceda lugar ao amor
Pra que as crianças corram, corram
Livres pelos campos floridos de esperança
Adelino Gomes-nhaca
Adelino Gomes