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Conflito

 
Sempre fui cercado por anjos.
Temo não os ter mais por perto, suas espadas áureas, os afastavam de mim;
Afastavam os demônios que queriam de mim se apossar.
Hoje me vejo cercado por demônios, coisas ruins tem acontecido.
Quando consigo em minha vida dar um jeito, ficar em paz comigo e todos que me cercam, os males me perseguem.
Me sacodem na cama, roubam meus sonhos bons, pesadelos tomam conta de mim agora.
Não como, não durmo, onde olho vejo demônios rindo de mim, eles não são meus amigos, eu acho.
Mas o que fiz de mal a eles, para que se divirtam com meu sofrimento, e pior, sejam a causa do meu sofrimento.
Dentre rezas e pedidos, familiares incomodados com meus fracassos, já não sei mais o que fazer.
Fugir nunca, e mesmo que quisesse fugir, eu não conseguiria, pois, eles, moram dentro de mim.
Queria eu poder ter meus anjos de volta.
Queria eu poder deixar meus demônios a solta.
Queria eu poder tentar, sem ser manipulado por eles.
Não, não sou fraco, muito menos meus anjos são fracos.
Não procuro uma guerra entre céu e o inferno.
Mas sim vencer a batalha que ocorre dentro de mim.
Minha determinação já não me convence, não consigo controlar o que me acontece.
Sou perseguido, por seres do mal, estou falando de pessoas, seres mortais como eu mesmo sou.
Pessoas que plantam as sementes do mau, pessoas perversas que sentem prazer no sofrimento alheio.
Não consigo entender o que as motiva, e o porque de não me deixarem em paz.
Um salve à meus anjos, sei que nunca me abandonaram, sei que nunca estiveram longe de mim.
Desembainhem suas espadas mais uma vez e lutem ao meu lado contra os demônios que se recusam a se afastar.
Não quero que os machuque, mas gostaria de algumas explicações, a razão pela qual eu fui o escolhido.
Use seu poder anjos meus, consertem este ser que de clemencia implora, se sou eu o ser a ser perdoado que me perdoem.
Quero apenas que o único demônio que viva em mim seja eu mesmo.
Quero apenas ouvir o som dos meus pensamentos. quero apenas ser eu, um mortal.
Minha prisão é minha própria mente, da virtude a vertente.
Clemente.
Subjugado.
Um prisioneiro de guerra.
Não importa o quanto eu insista, me deixar em paz é possível, carrego comigo, todo mal feito a mim, bem como todo o cometido.
Não sou um ser puro, eu mesmo me puno.
Não preciso do seu julgamento, tenho meu discernimento.
Por mais uma vez, não gostaria de envolver meus anjos.
Mas sem eles, não posso voar, meus objetivos alcançar, minha determinação foi levada para longe.
Nem que eu me tornasse um monge.
Meus demônios me habitam, bem como meus anjos.
Ainda não aprendi como lidar com tudo isso.
Talvez seja mais simples do que meus pensamentos possam alcançar no momento.
Talvez ainda seja tempo de viver um tormento.
Talvez esse seja meu aprendizado.
Não sou culpado.
Mas acho que achei uma solução, e todos vocês também, deveriam me ouvir.
O bem e o mau habitam, cada ser deste planeta.
E como nós puros e simples mortais, eles precisam se alimentar.
Basta apenas descobrir de que se alimenta um anjo, e de que se alimenta um demônio, pois, qual deles você alimentar com maior frequência.
É o que vai determinar, onde eles vão morar, qual deles ficará mais forte, e isso depende apenas de nós simples mortais.
Alimentem o que lhe for conveniente, mas não façam como eu fiz, achem suas respostas........


Marcio Corrêa Nunes

 
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marciocorrea
 
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Enviado por Tópico
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Publicado: 22/03/2015 03:08  Atualizado: 22/03/2015 03:08
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 Re: Conflito
O poema é muito significativo pelas reflexões que ele contém acerca do bem e do mal a permear o comportamento humano. Como o autor finaliza e bem, cada qual que ache a sua resposta.
Parabéns, Marcio Correa!!

Abraços!!