N’ansia que um dia, a lua te traria de volta ao musseque,
Te esperei quando o mar ainda obedecia as estrelas
Na sua caminhada pelos sedosos leitos do rio kuffar.
Os dias iam e vinham noites gélidas de inverno
E sempre te esperei nas encostas do rio
Que trazia teus recados
E levava minhas angústias por mar afora.
Tantas vezes rezei no silêncio da noite
Pra que asas da lua te traga de volta
Ao musseque, onde teu perfume
Se mesclava com aromas das rosas
Que encantavam tardes do nosso amor.
Minha princesa, deusa dos meus sonhos,
Sempre te esperarei ao som das ondas
Que vinham depositar suas lágrimas
Nas tépidas areias do leito
E suicidarem-se nas vistosas encostas de kuffar.
Adelino Gomes-nhaca
Adelino Gomes