Talvez seja tempo de seguir as utopias
e deixar-se ficar no Passado,
qual extinta estrela de brilho tênue,
que apenas raras lentes enxergam.
Talvez seja o tempo
de deixar o trem do Presente,
pois o desejo único de agora
pelo granito da matéria de falso brilho
já não condiz com quem viveu
a época de pensar e de sentir.
Talvez, seja o tempo de só olhar.
De recolher papéis, penas e tintas
e guardar as poesias derradeiras.
Já não cabem no mundo.
Lettré, l´art et la Culture. Rio de Janeiro, verão de 2015.