Desatei às portas da noite
o nó de meus nómadas
arredores vadios
contornei as ânsias
no espaço livre que me ofereces
– Enlacei este dia
com fios de vida acorrentados
à fome que alimenta a fartura
de tantos desejos insânos
– Soltei as rédeas
em cada verbo mais livre
afrontei-me na sofreguidão
alucinada do tempo
por cada súplica virtualmente
predita em profecias reconquistadas
na fissura dos ventos
– Encontrei-me simplesmente
no esconderijo das nossas sombras
revelando tuas simetrias onde
relaxo as emoções
embebidas no vazio
de tanta plenitude
empolgada,contagiante
travessa
oh…bem aventurada poesia
assim dissimulada que me deixas
escravizado e moldado à tua
pulsante e ávida partícula quântica
onde saboreio tua formosura
urdida em paz e silêncios
regurgitados
até à última e indescritível súplica
que se esvai, felina
nas encruzilhadas temperadas
de miragens ressuscitadas
em ciclos de amor e poesia
vertiginosamente consumida
FC