Prosas Poéticas : 

Tempo de súplica

 
Tempo de súplica
 
Desatei às portas da noite

o nó de meus nómadas

arredores vadios

contornei as ânsias

no espaço livre que me ofereces


– Enlacei este dia

com fios de vida acorrentados

à fome que alimenta a fartura

de tantos desejos insânos


– Soltei as rédeas

em cada verbo mais livre

afrontei-me na sofreguidão

alucinada do tempo

por cada súplica virtualmente

predita em profecias reconquistadas

na fissura dos ventos


– Encontrei-me simplesmente

no esconderijo das nossas sombras

revelando tuas simetrias onde

relaxo as emoções

embebidas no vazio

de tanta plenitude

empolgada,contagiante

travessa

oh…bem aventurada poesia

assim dissimulada que me deixas

escravizado e moldado à tua

pulsante e ávida partícula quântica

onde saboreio tua formosura

urdida em paz e silêncios

regurgitados

até à última e indescritível súplica

que se esvai, felina

nas encruzilhadas temperadas

de miragens ressuscitadas

em ciclos de amor e poesia

vertiginosamente consumida

FC

 
Autor
Frederico
 
Texto
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