Há no céu tanta
ânsia cativa em movimentos
extasiados
tantas tranjetórias frenéticas
desenhadas na maciês deste
constante devaneio afluindo à tona
em noites vestidas de purpura
num poema trajado de olímpicas quimeras
onde nasce o dia grisalho
tatuado em bálsamos musicados
na lisura dos beijos e abraços assim
empolgados
Há no mar
tanta separação nas ondas
tantas obliquídades reconstruidas
em cada vivência esplendorosa
irreverente de vida
esculpida profusamente em gotas
ornamentadas de poesia
Há em mim
cada oscilação do silêncio
cada lapso de momento
sedento
do avesso
onde escrevo cada metáfora fatídica
em versos soltos
ardentes
onde se misturam todas as sílabas
nas cortes etéreas perfumadas de
fragrâncias confidentes
Há sim
um lugar onde resguardo
minhas utopias
onde recupero por inteiro
meus diálogos insinuantes
nossas trocas de olhares
vagas, ao vento consonante
almas gémeas ululantes
transbordando sequiosas
por letras elegantemente incineradas
em tanta escrita representativa
do teu imenso e exalado semblante
FC