Baratas
Todos os dias fala-se em mudança
E não acontece nada,
Quando menos imaginamos
A cesta básica dá uma disparada
Corremos para o outro lado,
Vemos o povo desanimado
Gasolina, luz, ônibus e açougue
Num rojão desenfreado.
Imposto virando leão
Mordendo um endividado.
O dólar sobe, nossa autoestima desce
E o banho no final do dia ?
Sem água, ninguém merece!
A conta é sempre do povo
E nada acontece.
A chefona vai à televisão
Pedir paciência e cuspir enganação.
No final da noite o corpo adormece,
Escondemo-nos do sofrimento
Os pesadelos rondam nossa mente
Uma atmosfera descontente,
Favelização, bolsa família,
Enchente...
Tudo rondando a cachola
E essa mulher de sempre
Quer ficar para outrora!
Amanhece...
Tudo se repete...
A rotina do conformismo
Destrói o ser humano
Num sistema maldito
Onde o roubo, corrupção
Virou crime do grande escalão
Sem ir para a prisão...
Alimentando a ostentação...
Os bandidos se multiplicam como baratas
Destruindo a nossa nação.
Marcelo de Oliveira Souza,IWA