Uma cidade fatalista.
Jeito, descontraído, de golpista.
Não é intimista.
Em minhas visitas,
Não consta da lista.
Tem a cor cinza em paredes,
Prédios, pontes...
Até onde alcança a vista.
De seus vivos e mortos,
Não deixa pista.
Retrata, em seus quadros,
Os ratos de suas ruas,
O artista animalista.
Embora, decadente e triste,
Não me deixa triste
Porque exista.
Não quero para ninguém
Seu sonho progressista.
Muito menos ser,
De seus pesadelos,
O exorcista.
Não quero ser o motivo,
Que faz atravessar o samba,
O passista.
Prefiro ficar só na pista.
Não insista.
Chega de paixão arrivista, narcisista...
Não é aqui que encontrarei
O amor renascentista,
O carinho de quem me conquista,
A saudade como ametista,
Aqui só me resta o analista.