Poemas : 

De volta à insónia

 
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aceito a inutilidade que carrego nas mãos,
os quartos são sempre iguais,
o eco das paredes
permanecem terrivelmente sós,
tão sós como as folhas que se mutilam
nos passos cansados por um par de botas abandonadas

o vazio das algibeiras preenchem
este pedaço de terra que me desola o peito,
de dentro arranco um rio infindo
de moinhos,
o pão é talhado ruidosamente
pela febre de bocas que mastigam a minha sanidade

onde quer que poise o olhar
o retorno do vento é sempre veloz,
a mecha já não adorna as candeias,
vejo-me no meio do hall,
completamente perplexo,
as vozes rogam pela vida

ainda moro
no infinito das coisas simples,
onde o mar começa
e a noite acaba,
onde as flores fazem amor ao relento,
e os lobos
se deitam comigo
à procura da lua dentro do meu quarto crescente

Conceição Bernardino


A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras.
Aristóteles

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@cartascemremetente

 
Autor
Conceição Bernardino
 
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Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 14/03/2015 12:51  Atualizado: 14/03/2015 12:51
Colaborador
Usuário desde: 23/06/2011
Localidade: Taubaté SP
Mensagens: 10200
 Re: De volta à insónia
Bom dia Conceição teu personagem vageia entre o real e o subjetivo, e não encontra respaldo para as suas angustias, e menos ainda as desejas satisfações, em cada esquina da vida lhe é infringido uma penalidade, sem nem uma comenda de agrados posteriores para curar-lhes as bicheiras já remanescentes de tantas pisaduras anteriores, parabéns pelo contundente enredo poético, eu te desejo muita inspiração neste que é o dia da poesia, um abraço, MJ.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 15/03/2015 01:04  Atualizado: 15/03/2015 01:04
 Re: De volta à insónia
* i n c r í v e l !
saio 'vestida' do teu poema.

beijoka*