Abro a janela que dá para o mar e ouço-o a suspirar, o seu cheiro é intenso e o meu pensamento cede ao feitiço da noite. O meu olhar é corpo de saudade e verso de poema por declamar.
Quero-te no mais terno arfar dos silêncios para que quando de ti a minha saudade fizer eco,…todos os búzios ecoem o som do nosso (a)mar.
Navegarão barcos à vela sem âncoras nem porto, voarão as gaivotas sem vontade de à terra voltar. Deslizarão as águas fundas do meu pensamento e o nosso desejo será corpo nesse manto a velejar.
Eternos serão os beijos de mar; os abraços ternos em areia a resvalar; as melodias e os murmúrios das ondas que salvam as almas enamoradas de naufragar. São estes os meus olhos nos teus, perdidos nesse infinito a marear.
Estava escrito na rota das estrelas…que eu salgaria o mar que te cobre o corpo de sonho, e que a noite seria a brisa que sopra os ais dos nossos delírios.
Estava escrito que na melodia da noite soariam os búzios anunciando a despedida e que o mar seria lágrima sem dor deste amor de luar.
Fecho a janela e de costas para o mar, confesso-te baixinho, sim…estou a amar…
de Maria dos Santos Alves, a publicar